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V Jornada de Filosofia Política
da Universidade de Brasília

“A PAZ SERÁ TOTAL?”: Crítica social e ação
política em tempos de crise

No ano da queda do Muro de Berlim, Francis Fukuyama lançava a ideia de um “fim da história” e do início concomitante da era da repetição do Mesmo. Talvez um argumento indireto a favor desta tese tão vituperada seja o fato da sua crítica ter consistido, inúmeras vezes, na repetição da mesma evidência: coisas continuam acontecendo – não à altura, portanto, do “novo tempo” que estava de fato se anunciando, embora com sinais trocados em relação ao triunfalismo oficial da época.

Há alguns anos, parece que uma segunda mudança está ocorrendo. Frente à chamada “Grande Regressão” da extrema direita no Norte e no Sul, à intensificação exponencial de eventos catastróficos, ao retorno das paixões políticas em revoltas de novo tipo e à consequente deslegitimação da ordem neoliberal, multiplicam-se por todo lado os diagnósticos de um “fim do fim da história”. Retomando a tese central de um livro com este título, Paulo Arantes observou que, embora o sentido do processo continue enigmático, tudo pode implicar menos uma volta ao passado: “está claro que o Fim da História chegou ao fim sem que, no entanto, a História tenha recomeçado a sua escalada”.

O comentário encontra-se em um breve ensaio dedicado à contribuição brasileira na virada, Post-scriptum sobre o décimo aniversário (das Jornadas de Junho). Às mesmas Jornadas, e à normalização que se seguiu no país, Paulo Arantes dedicou também o último ensaio do livro O novo tempo do mundo (2014), intitulado: “A paz será total”. Ao repropor este título em forma de interrogação, pretendemos dedicar a V Jornada de Filosofia Política da Universidade de Brasília a uma reflexão sobre o estado da crítica social e da luta política emancipatória no tempo atual de crise sistêmica em nível nacional e global, com atenção especial à novidade dos impasses e – ao mesmo tempo e pela mesma razão – à novidade eventual das possibilidades de intervenção teórica e prática.

Temos, portanto, o prazer de convidar pesquisadores e pesquisadoras, estudantes de graduação e pós-graduação a uma discussão interdisciplinar, baseada na obra de Paulo Arantes e voltada para o presente. Serão bem-vindas propostas de comunicação relativas tanto a aspectos da trajetória intelectual de Paulo Arantes e de outros autores e autoras da teoria crítica brasileira, quanto à continuação de sua reflexão sobre todo assunto – histórico-filosófico, artístico, político-social – que procure responder, do “ponto de vista da periferia”, à pergunta levantada, na mesma perspectiva, por um destes autores: “Que horas são?”.

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O evento é promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade de Brasília (PPGFIL-UNB).

Comissão Organizadora: Gilberto Tedeia (UnB); Maria Cecília Pedreira de Almeida (UnB); Cláudio Araújo Reis (UnB); Luiz Philipe de Caux (UFRRJ); Felipe Catalani (USP); Giovanni Zanotti (Universidade de Coimbra) e Frederico Lyra de Carvalho (Université d’Amiens);

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